A estrela das almas serenas e livres

(A Primavera da Paz do Coração)

Lá em cima, no lindo céu noturno da cidade de Salvador, vejo uma imensa estrela de cinco pontas. Ela brilha em outro plano, longe dos olhares humanos, e eu a vejo com os olhos do espírito, pois os olhos da carne estão fechados.
Maravilhado com a visão extrafísica e encantado com o amor sutil que sinto emanar dela, para toda a cidade, elevo os pensamentos na prece silenciosa e agradeço ao Grande Arquiteto Do Universo pela oportunidade de sentir e ver algo assim.
Aquela estrela está situada no limiar interplanos, entre o plano físico e os níveis extrafísicos, irradiando a assistência espiritual anônima e serena para os homens, não só os da Terra, mas também para aqueles outros situados em outros planos de manifestação.
Ela está ali por obra e graça de consciências extrafísicas elevadas, que operam em favor de todos, sempre em silêncio, nas ondas invisíveis da bondade secreta.
Contente de ver tal maravilha celeste, sou tomado por ondas de agradecimento a essas inteligências invisíveis e serenas.
Então, mergulho nas ondas do coração e me lembro de Shankara (1), que um dia homenageou essas consciências evoluídas, dizendo o seguinte:

"Há almas boas, tranqüilas e magnânimas,
Que, como a primavera, fazem bem a todos;
E que, depois de haverem cruzado esse espantoso oceano
Do nascimento e da morte,
Ajudam outros a cruzá-lo também.
Tudo isso sem nenhum motivo particular,
Mas somente por sua própria natureza bondosa."

Nas asas da inspiração, também me lembro dos mestres Sry Aurobindo e Paramahamsa Ramakrishna (2), e aí as ondas de agradecimento varrem o meu corpo, da cabeça aos pés, e fazem a luz circular alegremente por minha aura (3).
Penso nas dores da humanidade (fome, miséria, egoísmo, guerras, depredação da natureza e falta de consciência espiritual), e olho a estrela, que continua emanando serenidade e bálsamos secretos.
Em seu silêncio, ela compreende os meandros cármicos (4) do mundo e, de alguma forma, ao percebê-la espiritualmente, eu também compreendo, mesmo sem saber explicar como ou por quê.
Só sei que há um amor profundo descendo dela para todos, incondicionalmente.
Esse amor sereno, que não se explica, só se sente.
Esse amor-paz-luz, que jorra do coração daquelas almas magnânimas...

P.S.: Nesse mundo de homens agitados, quem imagina o poder da paz?
Quem pensa que há consciências que se nutrem apenas de paz?
Sim, há almas boas, tranqüilas e magnânimas, que são pura paz.
São anônimas e serenas; nada pedem; apenas viajam em paz.
Fazem bem a todos, como a primavera; atuam sem que o mundo as vejam.
Estão acima das ondas encapeladas do carma, mas ajudam os navegantes.
Fazem isso apenas por sua bondade, sem aparecer, em sua paz silenciosa.
São agentes da “paz-ciência”, mestres da consciência serena.
São viajantes da paz, mas parecem sóis conscientes.
Não são atraídos por devoções cegas, mas se aproximam dos corações pacíficos.
“Falam no silêncio”; e sempre estimulam as atitudes sadias...
Sim, há almas boas, tranqüilas e magnânimas, que viajam na paz.
Serenamente, elas sustentam a humanidade, com a nutrição certa: A PAZ!
Nesse mundo dos homens agitados, fica difícil sentir essa paz.
Mas é nela que as grandes almas viajam em silêncio.
Sim, essas almas boas surfam nas ondas da paz, sem que os homens as vejam.
Que os homens, em seus momentos de provas acerbas, lembrem-se dessa paz.
Que pensem nessas almas amigas e serenas e também se tornem serenos.
Essas almas boas, tranqüilas e magnânimas, que, ajudam a todos.
Que são como a primavera, fazendo tudo florescer em paz.
Que os homens se inspirem nelas!

“Glória a Deus nas alturas, e paz aos homens na Terra!”

(Aqui, nos céus de Salvador, a bela capital da Bahia, pela graça de Oxalá, eu me maravilho com a visão dessa linda estrela espiritual irradiando paz e luz para os homens. Ou, melhor dizendo, enchendo de Axé (5) a alma do mundo.
Peço a ela que faça esse Axé viajar junto com esses escritos, para iluminar a consciência dos leitores, em seus corações, em espírito e verdade, e nos céus (6) de todas as cidades do mundo - e do Astral também).

Paz e Luz.

- Wagner Borges –
(Sujeito com qualidades e defeitos, espiritualista consciente, que, mesmo em épocas tão conturbadas da humanidade terrestre, ainda se atreve a falar daquela paz que não se explica, só se sente, em espírito e verdade).
Salvador, 28 de janeiro de 2006.


Notas: 1. Shankara – é o célebre autor de um dos grandes clássicos do Hinduísmo: “Viveka Chuda Mani” (“A Jóia Suprema do Discernimento”); nasceu em Káladi, vilarejo do Malabar Ocidental, no Sul da Índia, por volta de 686 d.C. - Iogue, filósofo e poeta, era um prodígio acadêmico e dotado de rara didática para escrever sobre os temas do espírito.
Foi um dos grandes iogues da Índia, e seu nome é evocativo do deus Shiva, que é reverenciado com o epíteto de Shankara, o “doador de bênçãos”.

2. Sry Aurobindo (Aurobindo Ghose - Índia, 1872-1950) foi um dos maiores mestres da Índia. O seu trabalho tornou-se conhecido como “O Yoga Integral”, porque, como ele dizia, “Toda vida é Yoga”. Para mais detalhes sobre os seus escritos inspirados, ver o excelente livro “Sabedoria de Sry Aurobindo” – Editora Shakti, e o site da Casa Aurobindo no Brasil: http://br.geocities.com/casa_sri_aurobindo/
Paramahamsa Ramakrishna - mestre iogue que viveu na Índia do século 19 e que é considerado até hoje como um dos maiores mestres espirituais surgidos na terra do Ganges. Para se ter uma idéia de sua influência espiritual, posso citar que grandes mestres da Índia do século 20 se referiram a ele com muito respeito e admiração, dentre eles o Mahatma Ghandi, Paramahamsa Yogananda e Rabindranath Tagore.

3. Aura (Latim: aura, sopro de ar) – Halo luminoso de distintas cores que envolve o corpo físico e que reflete energeticamente o que o indivíduo pensa, sente e vivencia no seu mundo íntimo; psicosfera; campo energético.

4. Cármicos (do sânscrito “Karma”: “Ação”, “Causa”) - toda ação gera uma reação correspondente; toda causa gera o seu efeito correspondente. A esse mecanismo universal, os hindus chamaram “carma”. Suas repercussões na vida dos seres e seus atos podem ser denominados de conseqüências cármicas.

5. Axé – expressão afro-brasileira significando a força vital; energia.

6. Enquanto passava a limpo esses escritos, lembrei-me da sabedoria do mestre búlgaro Omraam Mikhael Aivanhov. Deixo na seqüência alguns de seus toques conscienciais preciosos, que recebi espiritualmente dele em diversas ocasiões:
- “De que adianta brilhar nas luzes do mundo, se, por dentro, a alma está aprisionada nas trevas? Como Jesus ensinou, de que adianta a um homem ganhar o mundo, se ele perder sua alma?”
- “O sol é poderoso, mas, nem mesmo ele, em toda sua glória e esplendor, é capaz de iluminar um ambiente com as cortinas fechadas. Quem quer luz, que abra as cortinas de sua mente, de seu coração e de seu corpo.”
- No oceano universal, somos os peixinhos e Deus é grande pescador. Ele joga a rede do amor e nos apanha, puxando-nos para cima, para bem longe das profundezas, aonde a luz não chega. Que tal pararmos de lutar para escapar de sua rede e nos entregarmos logo ao seu amor incondicional?”

Obs.: Omraam Mikael Aivanhov (1900-1986): Mestre espiritualista búlgaro, que morou a maior parte de sua vida na França, onde fundou a Fraternidade Branca Universal - www.fbu.org (não confundir com a Fraternidade Branca do Himalaia, dos mestres, que se situa em planos sutis). É um dos mentores espirituais dos trabalhos do IPPB. Mais informações sobre o seu trabalho podem ser conseguidas em nosso site - www.ippb.org.br - Basta entrar na seção de busca por palavras do site e clicar o seu nome. Daí surgirão diversos textos dele postados em várias seções do site, e aí é só mergulhar em seus escritos e se fartar de ler textos excelentes e cheios de sabedoria espiritual e humana. Na seção de Amparadores Extrafísicos também há uma coluna específica do Mestre Aivanhov (do lado esquerdo, bem no final da página principal do site).

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